Bom dia, gente! Então, na minha cabeça, hoje seria o dia que eu simplesmente diria quem ganhou o prêmio, escreveria uma redação sobre como o mundo é injusto etc etc, mas fui surpreendida pelo fato de eles anunciarem mais um finalista no mesmo dia do anúncio do vencedor – oi? Enfim, não sou eu quem manda nessa bagaça, eu só conto o que acontece (rs), então trago pra vocês o último indicado, o vencedor e a reclamação tudo num post só – vou resumir pra não ficar muito longo.
Começando pelo último indicado (1. 2. 3. 4. 5. 6.): The Mill, projetada pelo escritório WT Architecture. A casa fica na Escócia e era originalmente as ruínas de um moinho. O website do escritório é bem sucinto e, sobre o projeto, diz apenas que “novas aberturas nas paredes existentes foram evitadas, com uma nova estrutura independente se encaixando dentro das paredes consolidadas.”
Esse projeto talvez seja a resposta do porquê eu não gostei tanto da casa de antes de ontem. Sim, o (outro) projeto é bacana, mas cadê inovação, soluções criativas, etc etc? Um bom projeto é o mínimo que se deve esperar de um arquiteto e por si só não deveria ser motivo de premiação – nem de indicação, na minha opinião. Agora, pegar algo que já existe e transformar em um espaço de morar – quando seria bem mais simples demolir o prédio existente ou simplesmente construir algo totalmente novo -, buscar soluções para esse espaço, é outro tipo de desafio.
Mas, enfim, toda essa minha discussão sobre quem merece e quem não merece ser indicado pouco importa, já que não foi nenhum desses projetos que ganhou, hahaha 😀 E também não foi a casa que eu havia escolhido – mas o resultado não chega a ser surpreendente. O vencedor é *rufar dos tambores*:

A Flint House é o perfeito exemplo do que quantidades ilimitadas de dinheiro e um cliente liberal podem fazer – e isso não é uma crítica, é provavelmente o sonho de todo arquiteto, rs. Agora, o mimimi: para mim, esse prêmio serviu para ter uma ideia do que acontece com a arquitetura no Reino Unido e, talvez, uma explicação do porquê esteja sendo tão complicado para mim conseguir me colocar no mercado: tudo acontece em Londres. Só 2 dos 7 escritórios concorrentes não estão em Londres, metade das casas são em Londres e 5 das 7 são no sul da Inglaterra. Bom, talvez eu esteja equivocada e esse ano seja uma anomalia (afinal, ano passado quem ganhou foi uma casa no País de Gales, projetada por um escritório do País de Gales), mas me parece uma pena que, aparentemente, apenas uma parcela do país esteja se beneficiando de boa arquitetura. Enfim, vamos aguardar a premiação do ano que vem e ver o que acontece!
Imagens: The Mill