Diário de uma arquiteta desempregada: 36 para os 36

Como eu falei outro dia, segunda-feira foi meu aniversário. Adoro os momentos de reflexão que aniversários e ano novo nos proporcionam, e sempre acabo fazendo listas e mais listas de coisas que eu quero fazer nos próximos 365 (366?) dias. Geralmente eu viajo na maionese e acabo fazendo listas impossíveis, não realizo nem a metade do que me proponho, então esse ano queria fazer diferente. Coisas realizáveis. E me esforçar para realizar tudo, mesmo. Para dar uma ajuda, no último sábado de cada mês eu volto pra dizer o que aconteceu com a lista, combinado?

Então, voilà!

diário de uma arquiteta desempregada 36 para os 36

1. Trabalho. Bom, óbvio que esse seria o primeiro item. Mas veja bem que eu digo “trabalho” e não “emprego”. Tenho planos – não muito concretos ainda, então não dá pra dividir – e o emprego certamente está incluído, mas não é bem o objetivo final. Espero que não fique muito misterioso, essa não é a intenção, só não quero dividir planos não finalizados, rs.

2. Um laptop. Vai ser a única coisa material que vou colocar na lista, mas não é pelo objeto em si, mas pelo que ele representa: liberdade. Não ter que ficar na minha mesa para trabalhar, escrever. Poder sentar num café. Ou num escritório, desses que você divide espaço com um monte de gente criativa. Não dá pra colocar meu desktop embaixo do braço.

3. Me mudar. Acho que já falei isso milhares de vezes. Quero ir morar na beira da praia (ou quase isso). Esse ano vai.

4. Viajar mais. Não vou colocar números, mas quero viajar mais, dentro do Reino Unido e fora também.

5. Yoga. Continuar praticando e melhorando. Não abandonar!

6. Violão. Voltar a praticar. 10 minutinhos por dia!

7. Organizar a minha casa.  Acho que já disse que não sou das mais organizadas do mundo (se tivesse concurso da pessoa mais desorganizada, eu estaria no pódio com certeza). Mas quero tirar esse mal da minha vida. Oremos.

8. Crescer a audiência do blog. Bom, quem escreve quer ser lido, né? Minha audiência é pequenininha, queria aumentar pra só pequena, rs.

9. Terminar meu portfolio online. Autoexplicativo.

10. Comprar um livro por mês. Construir minha biblioteca!

11. Encontrar as amigas pelo menos uma vez por mês. Dar uma agitada na vida social.

12. Passar mais tempo com a minha filha. <3

13. Menos Facebook, mais Instagram nessa vida.

14. Ler pelo menos um livro por mês. Mais se eu conseguir.

15. Voltar a fotografar regularmente. Talvez profissionalmente. Vou pensar no assunto.

16. Contratar um fotógrafo para uma sessão de família. Na praia. No País de Gales.

17. Completar um Projeto 52. Uma foto arquitetônica por semana.

18. Acampar pelo menos uma vez com a família.

19. Realizar algum trabalho voluntário.

20. Date night! Organizar uma saidinha regular com o maridão, só nós dois.

21. Renovar o guarda-roupa. No sentido de doar tudo que não uso mais. E só comprar o que eu realmente precisar.

22. Completar um caderno de croquis. Sempre quis, sempre paro na metade.

23. Redecorar o quarto da Lily. Porque a decoração ainda é de bebê!

24. Assistir um filme novo por mês. Pode ser na TV, não tem problema.

25. Conhecer uma banda (músico/artista) nova por mês. Meus gostos musicais pararam em algum de lugar de 2005. Tá na hora de conhecer coisa nova.

26. Começar a estudar uma nova língua. Espanhol e francês não vale porque já sei o suficiente para me virar. Tem que ser algo totalmente novo. Tipo russo.

27. Road trip! Quero ir daqui até a Escócia de carro. Parando pelo caminho em todo lugar que eu achar interessante. Projeto verão 2016.

28. Networking. Me esforçar para conhecer gente arquitetônica por aqui.

29. Ensinar a Lily a ler e escrever em português. Um projeto em progresso. Ela não curte escrever, é um martírio. Mas pelo menos ler, por enquanto.

30. Terminar a galeria do meu corredor. Revelar fotos, comprar porta-retratos, pendurar na parede. Repetir até terminar.

31. Terminar o jardim. O projeto está pronto, já compramos um monte de coisas. Só falta por a mão na massa. Ou na terra.

32. Passar um dia no spa. Mas não esses de emagrecer. Spa de massagem nas costas, manicure e champagne. Só unzinho no ano, tá bom, né?

33. Voltar a correr. Item ambicioso, porque meu joelho tá doendo, mas vou tentar, sim!

34. Fazer um curso na área de arquitetura. Ainda não desisti totalmente da faculdade. Mas talvez um curso de pós? Não sei, vou pensar.

35. Voltar a fazer aulas de dança. Mais um item autoexplicativo. Será que consigo?

36. Ganhar na loteria.  Me manter saudável. Comer bem. Tomar os meus remédios. Me exercitar. Ser feliz.

E é isso. Algumas coisas mais simples, outras nem tanto. Torçam por mim (e curtam a página do blog no FB, para me ajudar a realizar o item 8, por favor! 😀 )

Diário de uma arquiteta desempregada: a universidade subiu no telhado

diário de uma arquiteta desempregada a universidade subiu no telhado

Pois então, não vai ter Cardiff. Não por enquanto, pelo menos. Ontem recebi a mensagem bombástica da universidade de Reading de que eu realmente teria que fazer o curso de acesso, e que os colleges locais – que são instituições que oferecem cursos profissionalizantes e de acesso à formação superior – oferecem o curso. Bom, fui atrás do college mais próximo e o curso começou em setembro. Agora só ano que vem. Quer dizer…

Porque nada nunca é simples. Nunca. A missão agora é me concentrar em conseguir um emprego. Ou torcer pra ganhar na loteria. As probabilidades parecem ser as mesmas.

Diário de uma arquiteta desempregada: telefonema

diário de uma arquiteta desempregada o telefonema

– Alô?

– Oi Ana, aqui é o Jamie da empresa de recrutamento xxx. Nós temos uma vaga de assistente aqui que eu acho que seria ótima pra você. Você ainda está procurando?

– *pulando por dentro* Tô sim.

– É uma empresa muito bacana, você poderia me mandar seu currículo atualizado?

– *vontade de dizer: o currículo que você tem é o meu currículo atualizado* Estou mandando!

– Obrigado, vou passar pro escritório e te dou um retorno.

Repita a cada duas semanas.

(Gente, hoje eu estou na Universidade de Reading participando do Open Day, segunda eu falo tudo que eu descobri por aqui!)

Diário de uma arquiteta desempregada: começar de novo

diário de uma arquiteta desempregada começar de novo

Essa semana, eu mandei 20 currículos. Ainda não recebi nenhum retorno. Tenho fé. Mas também estou cansada. Decidi há algumas semanas que não dá pra continuar assim. Me sinto patética ao passar aqui e falar: “oi, eu ainda não tenho emprego”. Parece desculpa esfarrapada – e talvez seja, inconscientemente.

Para mudar o disco, decidi que, se não conseguir emprego logo, vou voltar pra escola. Hoje eu deveria ter ido ao Open Day da Universidade de Kingston e aí estaria aqui contando todas as coisas legais e outras não tão legais que eu aprendi sobre a Universidade. Só que eu não contava com o rugby e com o trânsito e com o engarrafamento. Bom, fica pra próxima.

Na hora de fazer a inscrição para o processo de entrada nas universidades, você pode escolher até cinco cursos/universidades. Kingston é a minha menos preferida e só coloquei lá porque é relativamente perto da minha casa, mas hoje tive o test drive de como seria ir pra lá todos os dias. A outra solução é ir de trem, mas não é uma jornada fácil, tem que ir de carro ou de bicicleta até a estação, aí pegar um trem, aí trocar de trem, aí andar até o campus. No mínimo 1 hora e meia nessa brincadeira (de carro, seria uns 40 minutos, mas hoje levamos quase duas horas, ou seja…).

Com isso, Kingston continua no fim da minha lista. Semana que vem eu volto pra contar pra vocês o que eu achei da Universidade de Reading. E dessa vez vou de trem pra não ter erro.

Diário de uma arquiteta desempregada: 15 minutos de fama + os dilemas da vida (profissional)

diário de uma arquiteta desempregada dilemas da vida

E aí que ontem eu acordei e meu blog tinha tido 10 vezes mais visualizações do que o normal durante o dia, wordpress até veio me avisar. Todo mundo veio do Facebook pra esse post. Meu primeiro pensamento: quem tá falando mal de mim? É sério, gente, se tem alguém falando mal de mim, não me contem. Mas agradeço a quem compartilhou, de coração. Não faço dinheiro com o blog – quem sabe um dia -, mas alegria de escritor (ainda que os frustrados, como eu) é ter leitor. Parece que já voltamos ao tráfego normal, mas obrigada pelos 15 minutos de fama e por todos os compartilhamentos, comentários, curtidas no Facebook e mensagens. Fico feliz de ter alguém que lê, sério mesmo. Apenas não se esqueçam, por favor: esse é um blog pessoal, não tem receita de bolo (metaforicamente falando). É apenas um apanhado de experiências, que podem ajudar alguém (e espero que ajudem mesmo), mas não estou livre de escrever besteiras (espero que não escreva, rs).

Bom, hoje eu queria falar sobre os dilemas da vida. No título eu coloquei o profissional entre aspas porque eu acho difícil separar. Eu fiz várias escolhas, em diversos pontos da minha vida, que me trouxeram até onde estou. Ter filhos foi uma dessas escolhas. Nós escolhemos aquele momento porque não havia perspectiva profissional para mim. Aqueles anos foram muito ruins para o mercado da construção civil, não tinha emprego, não tinha trabalho. Fui ser fotógrafa. Passados seis anos, o dilema número um da vez é que a grande maioria dos trabalhos está em Londres. Eu não estou. E não quero estar. Mas existe escolha no momento? Na minha posição, eu tenho a opção? O dilema número dois é que eu quero escapar. Quero ir morar na beira da praia e ter qualidade de vida com a minha família. E para isso, eu teria que arrumar um emprego lá no destino. E se eu arrumar um emprego aqui, teria que ficar pelo menos mais um ano pra não pegar mal no currículo. Eu deveria me importar com essas coisas? Olha, não queria ficar de mimimi aqui, mas às vezes tomar decisões é tão complicado…