
*cri cri cri – bola de feno* Então! Cá estou eu novamente, depois de dois meses. Adoraria dizer que passei esse tempo viajando, fazendo planos mirabolantes ou trabalhando loucamente, mas a verdade é que passei cuidando de filha doente, fazendo tricô, tentando tocar músicas do Ed Sheeran e afundando em autopiedade. Todas as notícias que eu ia postar ficaram velhas, todo mundo já sabe qual é a cor da Pantone para 2015.
Mas estamos aí, ano novo vida nova etc etc. Eis que entre as minhas resoluções está: arrumar um emprego. Ok, essa resolução já está na vida há tempos, mas sempre tenho uma ideia brilhante, que vai dar muito certo, aí eu acabo trabalhando igual uma camela e ganhando uns amendoins (esse blog não está incluído nas minhas ideias brilhantes, veja bem!). E a verdade é que meu escritório é uma consultoria de interiores, o que não é bem o que eu quero fazer para o resto da vida. Quer dizer, é e não é. Não quero passar o resto dos meus dias produtivos somente especificando cor de parede e escolhendo tecido de cortina. Quero quebrar parede, assentar tijolo e tudo o mais *drama drama drama*. Dramas de lado, quero que o meu título seja reconhecido e que todas aquelas noites não dormidas não tenham sido em vão.
Não sei se já falei aqui, mas aqui na Inglaterra meu diploma não vale o papel que tá escrito. Para ser arquiteta, assim, com título, teria que fazer as provas do ARB, voltar pra faculdade ou achar um escritório que me adote e que me auxilie a conseguir as qualificações enquanto eu trabalho. As provas, no momento, estão fora de questão: eu teria que trazer e traduzir tudo que eu estudei na faculdade, vender um rim para pagar a taxa e correr o risco de ser reprovada. A faculdade é um possibilidade, conversei com algumas universidades e todas concordaram que eu poderia começar o curso do segundo ano (o bacharelado em arquitetura tem duração de 3 anos, explicarei como funciona em um post logo, logo), mas preferia não fazer dívidas a essa altura da vida – 9 mil rainhas por ano!
A alternativa óbvia, no caso, é procurar um emprego e implorar pra eles me salvarem do limbo. Passei as duas últimas semanas produzindo um currículo e um portfólio, um trabalho de amor, sangue, suor e clichês. E agora inauguro aqui no blog uma nova seção: diário de uma arquiteta desempregada! Acompanhem comigo as aventuras (!!!) de passar dias mandando currículo para todos os escritórios de arquitetura do país enquanto tenta evitar arrumar um emprego no centro de Londres. Não vai ser todo dia, na verdade não vai ter periodicidade fixa, mas toda vez que eu tiver algo novo para contar eu venho aqui dividir com vocês (você? Oi mãe!). E entre um post e outro do diário, continuarei a escrever os posts normais de arquitetura e interiores.
Torçam por mim, meu povo. Vou precisar de muita torcida.
(Este post não tem fotos. Foi mal.)