{Um arquiteto por semana} Alberto Campo Baeza

Gente, gente, gente! Antes de apresentar o arquiteto dessa semana, eu queria me desculpar imensamente pela falta de posts. Foi uma semana louca, meus cartões de visita chegaram todos estragados, com a laminação soltando, ainda por cima comecei um curso na segunda e tá dando mais trabalho do que eu pensava, rs. Vocês conhecem a Holly Becker, do blog Decor8? Eu a conheci há uns 3 anos, numa palestra sobre como melhorar a qualidade do blog e desde então eu queria fazer um dos cursos que ela oferece. Estava indecisa até o dia que o curso começou, quando decidi que sim, meu blog vale o investimento! Aos poucos vou aplicando os ensinamentos aqui no blog, espero produzir conteúdo cada vez melhor.

O arquiteto dessa semana é o Alberto Campo Baeza. Ele é um arquiteto espanhol, nascido em Valladolid em 1946. Ele estudou em Madri, na Escola Técnica Superior de Arquitetura, e foi professor em Zurique, na Universidade Cornell e na Universidade da Pensilvânia, além de na própria escola onde ele estudou. Os seus trabalhos incluem a prefeitura de Fene (1980), a Biblioteca Pública de Orihuela (1992), uma escola pública em Cádiz (1992) e várias residências particulares.

O projeto que eu escolhi para ilustrar o post de hoje foi a Casa do Infinito, que fica em Cádiz (Espanha).

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Nas palavras do próprio arquiteto: “Em um lugar maravilhoso como um pedaço do paraíso na Terra, em Cádiz, nós construímos um plano infinito de frente para o mar infinito, a casa mais radical que já fizemos. Nas margens das águas do Oceano Atlântico, onde o mar une o novo e o velho continente, surge uma plataforma de pedra. No lugar onde todos os navios do Mediterrâneo passavam e ainda passam enquanto rumam em direção ao Atlântico.

Lá nós construímos uma casa como se fosse um quebra-mar olhando para o mar. Uma casa que é um pódio coroado por um plano horizontal superior. Nesse plano horizontal retumbante, limpo e desnudo, nós estamos em frente à distante linha horizontal traçada pelo oceano onde o sol se põe. Um plano horizontal ao alto, construído em pedra, em travertino romano, como se fosse areia, um plano infinito de frente para o mar infinito. Nada mais e nada menos.”

*Pausa para recuperar o fôlego* O tipo de memorial que eu gostaria de ter escrito, o tipo de casa que eu gostaria de ter projetado. Nada mais, nada menos.

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Esse é o trabalho mais recente dele, de 2014. Achei o trabalho do Campo Baeza bem legal, dêem uma voltinha no website dele e vejam quanto coisa bacana!

{Imagens e citação: Alberto Campo Baeza}

{Um arquiteto por semana} Barclay & Crousse

Quando tive a ideia de fazer essa seção semanal no blog, queria duas coisas: 1. que a seleção fosse ampla geograficamente e 2. que fosse incluído um número significativo da arquitetas. Pode parecer estranho, mas não é. As mulheres, principalmente no Brasil, dominam as salas de aula dos cursos de arquitetura, mas na hora que chega na prática, os homens dominam. Sabe quantas arquitetas já ganharam o Pritzker? Duas, e só uma ganhou sozinha. “Mas, Carolina, o Pritzker só começou em 1979!” – bom, isso significa que 35 homens ganharam o prêmio, certo? No Reino Unido, apenas 13% dos arquitetos registrados são mulheres (para saber mais sobre a situação das profissionais de arquitetura no Reino Unido, clique aqui). Então, é sim uma profissão muito masculina e é sim um panorama que pode e deve ser mudado. Meu blog vai mudar o mundo? Não vai, mas se apresentar algumas arquitetas para o mundo, já fico satisfeita.

Os profissionais dessa semana são o escritório Barclay & Crousse, formado pelos arquitetos Sandra Barclay e Jean Pierre Crousse. Ambos são peruanos e estudaram na Universidade Ricardo Palma em Lima. Crousse estudou ainda na Politécnica de Milão. Já Barclay estudou na Escola  de arquitetura de Paris-Belleville. Eles fundaram o escritório em 1994 em Paris e em 2006 se mudaram para Lima, onde a sede do estúdio está atualmente. Alguns dos seus projetos: reconstrução do Museu Malraux, em Le Havre (França, 1999), edifício comercial em Malakoff, Paris (França, 2003),  Casa M, em Cañete (Peru, 2001) e a Casa B&F, na região de Haute Savoie (França, 2005).

O projeto que eu escolhi para trazer para cá foi o das Vedoble Houses, ou Casas W, que ficam em Cañete, no Peru.

Vedoble Houses

Localizadas no alto de um penhasco, são quatro casas arranjadas de duas em duas. Uma plataforma, que parece ter sido excavada diretamente da areia, contém a área privada das casas e um pátio é área comum entre as duas residências. Nessa área, é criada uma “praia artificial” – um espaço aberto, com um terraço e piscina.

Vedoble Houses 1 Vedoble Houses 2 Vedoble Houses 3

Pavimento térreo
Planta baixa – térreo
Planta baixa - Subsolo
Planta baixa – subsolo
Cobertura
Cobertura

O projeto completo tem uma área construída de 917 metros quadrados e foi concluído em 2009. Foi ainda, em 2012, um dos finalistas do prêmio Wallpaper Design Awards, na categoria residência particular.

{Imagens: Barclay & Crousse e ArchiDaily. Outras referências: JODIDIO, Philip. 100 contemporary architects, Editora Taschen, 2007.}

{Um arquiteto por semana} Hitoshi Abe

Sabe, eu estava pensando que eu criei esse blog para ser um espaço sobre arquitetura e interiores, mas os interiores andam dominando completamente a pauta, então terça-feira eu estava na biblioteca e tive um momento de luz: toda sexta-feira teremos por aqui o perfil de um arquiteto, arquiteta ou escritório cujo trabalho eu não conheça (bem). Resolvi revirar os livros e a biblioteca de projetos da revista Architects’ Journal pra ver o que eu gostaria de trazer para cá.

Vou iniciar a série com Hitoshi Abe, um arquiteto japonês nascido em Sendai em 1962. Ele tem o título de Mestre em Arquitetura pelo Instituto de Arquitetura do Sul da Califórnia (SCI-Arc), obtido em 1989, e em 1992 ele criou seu escritório, Atelier Hitoshi Abe, que tem escritórios no Japão e em Los Angeles. Entre os seus projetos estão a Torre de Água de Miyagi (1994), a casa Gravel-2 (1998), o restaurante Neige, Lune, Fleur (1999), o estádio de Miyagi (2000), o Museu do Folclore de Michinoku (2000), a A-House (2000) e o Centro Comunitário de Reihoku (2002).

O projeto que eu escolhi para compartilhar com vocês foi o do duplex Hot Links, feito para o Projeto Make It Right, que foi criado para reconstruir partes da cidade de Nova Orleans destruídas pelo furacão Katrina. As casas foram projetadas para oferecer várias configurações, com flexibilidade de organização, podendo abrigar uma ou duas famílias por unidade.

Hot Links

Duas casas são ligadas e podem se abrir, fechar ou dividir o espaço entre elas. Os limites entre as residências pode ser suaves e adaptáveis às mudanças de necessidades da família com o passar dos anos. 45 opções de planta dá liberdade à família para adaptar o espaço à sua situação econômica com baixo custo.

Atelier-Hitoshi-Abe 090519_MIR SD boards.pdf 090519_MIR SD boards.pdf 090519_MIR SD boards.pdf

Foram construídas duas unidades em 2009 – e os outros projetos também são bem interessantes. Clique aqui para conferir o trabalho dos outros arquitetos.

{Imagens: Atelier Hitoshi Abe e ArchiCentral. Outras referências: JODIDIO, Philip. 100 contemporary architects, Editora Taschen, 2007. Não tá ABNT, mas blog não precisa, precisa?}